quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Tempo

.

.

Vida/tempo (Viviane Mosé)

Quem tem olhos pra ver o tempo?

Soprando sulcos na pele soprando sulcos na pele

Soprando sulcos?

O tempo andou riscando meu rosto

Com uma navalha fina.

Sem raiva nem rancor

O tempo riscou meu rosto com calma.

Eu parei de lutar contra o tempo. Ando exercendo instante.

Acho que ganhei presença.

Acho que a vida anda passando a mão em mim. Acho que a vida anda passando.

Acho que a vida anda. Em mim a vida anda. Acho que há vida em mim. A vida em mim anda passando. Acho que a vida anda passando a mão em mim

Por falar em sexo quem anda me comendo

É o tempo. Na verdade faz tempo, mas eu escondia

Porque ele me pegava à força, e por trás.

Um dia resolvi encará-lo de frente e disse: Tempo, se você tem que me comer Que seja com o meu consentimento. E me olhando nos olhos. Acho que ganhei o tempo. De lá pra cá ele tem sido bom comigo. Dizem que ando até remoçando.